sábado, 26 de janeiro de 2013

Bissexualidade, o escudo...

Há um tempo atrás eu me intitulava bissexual, logo que descobri sobre minha atração por pessoas do sexo masculino, porém hoje sei que sou gay. É estranho pensar que negamos tanto a ideia de ser gay que até quando nos aceitamos, ainda não conseguimos aceitar totalmente. Há diversos casos de bissexuais que são bissexuais até o ponto de que eles tem coragem o suficiente para se aceitarem como gays. Obviamente há bissexuais de verdade, pessoas que se sentem atraídas por ambos os sexos, mas o que quero dizer é que somos tão socialmente presos a ideia que a heterossexualidade  é a coisa "certa" que mesmo quando admitimos que gostamos de pessoas do mesmo sexo, temos que ter ao menos uma parte de atração pelo sexo oposto...

sábado, 1 de setembro de 2012

Blogs e solidão...

Agora escrevendo para o blog, fico pensando em um filme que assisti, Julie e Julia. Uma trama gastronômica, romântica e envolvente que me prendeu. Mas me lembrei do filme por que a protagonista escreve um blog sobre suas experiências culinárias, mas não sabe se alguém realmente lê seu blog. É estranho escrever sem saber se há uma resposta. Afinal um escritor de blog é apenas um ser humano tentando mostrar-se para o mundo, gritar sua individualidade nesta selva que é a internet. Não acredito realmente que tenha muitos leitores, mas a escrita, há muito tempo, tornou-se minha terapia. Portanto continuarei a escrever para meu caro amigo fanstasma que lê meus posts e nada comenta...

Realidade


Corro ao seu encontro sob o sol da meia noite,

Juntos deitamos sobre a grama a observar o mundo girar.

Nossa união é anormal, talvez até impossível, e mesmo assim tudo é perfeito.

Tudo no nosso mundo é perfeito e vivo, cores brilham e ofuscam meus olhos...

Volto a realidade que é um lugar adorável,

Mas não é minha moradia ideal.

Mesmo assim continuo me perguntando...

Algum dia nos encontraremos minha Alma gêmea inexistente?

Ironia


            Um pequeno zumbido se faz ouvir por todo edifício, o sinal de fim do expediente. A primeira a se levantar é a jovem loira do cubículo mais próximo ao elevador. Corrida desenfreada, boca seca, todos os sinais de sua dependência química.

            Logo que alcança a rua percebe que está sem cigarros em sua bolsa, teria de comprar mais. Anda rapidamente até seu destino, a estação de trem, provavelmente lá encontrará o que procura. Na medida em que os saltos altos permitem, ela corre pela imunda passarela para encontrar alívio em uma tabacaria. Cigarros, a obra prima do homem, ou a tentação do demônio!

            Passa pela catraca e desce pela escada rolante para encontrar um trem esperando por ela, entra e abre a carteira de cigarros. Como o tabaco pode fazer tão bem e tão mau ao mesmo tempo a loira se pergunta, até que uma voz inquiridora interrompe seu êxtase:

- Não sabe ler? É proibido fumar - acusa um homem careca e barrigudo.

- Olha, eu estou cansada e só quero fumar um pouco se importa?

- Claro que me importo o fumante passivo é o que mais sofre- exclama indignado – além disso está escrito no rótulo que...

- EU SEI O QUÊ ESTÁ ESCRITO! - interrompe a jovem - se tem tantos problemas porque não vai para outro vagão?

- Essa coisa mata!- exclama indignado com a interrupção.

            A discussão começa a atrair olhares curiosos, pessoas acordam e a discussão se torna polêmica, alguns fumantes a bordo apóiam a moça, e outros passageiros fervorosamente se opõem. Com a diminuição de velocidade do trem, a jovem grita:

- Tudo bem! Eu saio – afirma levantando os braços em sinal de rendição.

            Alguns fumantes também indignados descem do trem, engolindo seu orgulho com raiva e resignação. A jovem sabe que terá de esperar por outro trem e apesar de sua imensa vontade de chegar em casa prefere isso a enfrentar o stress de uma discussão. Depois de trinta minutos, a loira sobe até posto de funcionários a fim de perguntar o motivo do atraso:

- Com licença? – pergunta ela com um tom humilde, mas firme – por que o próximo trem está tão atrasado?

- O último que saiu teve um acidente – afirmou uma senhora gorda – trancou a pista, bom pelo menos o que sobrou do trem. Por causa de um erro, um trem-tanque invadiu a pista contrária e colidiu com o outro trem, todos os passageiros morreram com a explosão.

Depois do ocorrido a jovem nunca mais fumou, mas sempre guarda em sua bolsa aquele maço de cigarros, com apenas um cigarro faltando. Em sua mente enquanto ela carrega a embalagem sente uma segurança que nunca havia experimentado antes.

Traição Inconsciente


Toco e você não sente ou ainda, grito e não sou ouvida
 
Serei eu um incompreensível ser ou você ignora nossa paixão?

Procuro em você fortaleza, mas você é minha ruína.

Aos trancos e barrancos agüento esta tempestade que é nossa paixão,

Nesta vida ingrata que só faz judiar de mim.

Paixão essa que é mais minha que sua.

De ato em ato sou traída por um homem ingênuo, que aparentemente não me ama.

Prostituo-me por atenção, meu trabalho é sofrer e o seu não me querer...

Quando finalmente compreender, você voltará para ela e eu voltarei ao vazio

Vulgaridade mental


 

Verdadeiros, mentirosos, quem somos?

Colocamos nossas máscaras e valsamos conforme a música.

Todos temos um lugar para estar e um papel a cumprir.

Mas eu não mais os tenho...

Quero sentir meus pulmões serem insuflados pelo ar da liberdade,

Já que há muito tempo estão necrosados com o ar da tolerância.

A partir deste momento, abandono minha máscara e deixo de valsar.

Irei me despir de tudo...

Extirparei esta aura de vulgaridade mental que envolve a todos nós.

Quebrarei essa armadura de inseguranças, e a substituirei pela mais pura coragem.

Desmontarei os paradigmas humanos e passarei a falar o que sinto.

Se um dia tivesse força para ser quem eu sou, veria um novo amanhã,

Demoliria o muro que separa meu eu da realidade e finalmente andaria livre.

Livre, mas não sozinho... E esse dia chegou.

Julgamentos

Quão difícil é para alguém ter seus defeitos revelados? Não gostamos da nudez que a exposição de certos segredos nos causam. Agora que eu sei que sou bissexual percebi que não só os heteros julgam. Percebi que cada vez mais olho pra homens e fico procurando por padrões que façam-no, em minha mente, ser hetero ou gay. Eu tento me controlar, mas as mentes humanas em geral são simplistas. Supostamente por sermos gays deveriamos ter mentes abertas, mas isso nem sempre acontece. Nenhum ser humano gosta de exposição ao ridículo, julgamentos, ou mesmo críticas, mas faz parte da nossa natureza mental julgar e avaliar tudo que vemos. Creio que para vivermos em mundo melhor todos temos que aprender a desprezar certas idéias e manter nossas mentes frescas e arejadas, para receber novas idéias e também conhecer novas pessoas.